Cinema Verite, Parte II

Queda lenta e estreita

Condicionando o mal

À levar-se além corpo

E sumir entre outras matérias

Há um cinema em minhas retinas

Espelhando a guerra fria das etnias

Sorrindo ao império palidez-corretivo

Sangrando seus medos e desejando seus impulsos

As estruturas se fazem cumplices

Os guardiões se fazem íntimos intimidadores

Postergam sua imagem de carrasco

Mesclada aos afetos cristãos

Os olhos submergidos em auto realizações

A promessa cumprida vendida como título

A nobreza define-se pelo poderio de seus padrinhos

Quem com ferro fere, deve deixar-se nu de peito aberto

Será usado e ridicularizado

Será submetido aos sufrágios ariscos

Será reinterpretado à dezenas de vozes

Mantido sob o sigilo de rezas escusas

Ancora nas hipocrisias do dia

Dançando autores célebres

Tal qual a discordância de uma tesoura

Sacrificando intenções impessoais

Ao avesso, se faz medo

Teu tintilar vazio de ossos

Teus pronomes sobrecarregados

De ironias e intenções minguadas

A auto imagem, auto erótica

Proclama o auto do espetáculo

Imagens sobrepostas e sem significado

Alterando-se em fabricações em massa de desafetos