ELEGIA 2021
ELEGIA 2021
Pelas ruas da cidade caminham
rumo ao nada:
corpos vazios
- frascos vazios -,
frágeis seres humanos.
Trevosas tretas
elaboradas sadicamente,
por debaixo dos panos,
dão ao pobre
a “solução final”.
Sinistramente, matematicamente,
cozinham danos:
um plano fatal,
definitivamente letal.
Magnatas, duros
tecnocratas
desprezíveis, insanos: gabinete do mal.
Poderosas armas vendem
para a hora do almoço,
enquanto, por dentro,
o estômago rosna nervoso
em pleno alvoroço.
Alimentam-se de ossos,
rastejam caroços
da democracia em decomposição.
A felicidade, mais uma vez,
será adiada para o próximo século?
Ou serão eles dizimados pela inanição
desta inútil nação?
“E agora, José?”
Responda, poeta amigo,
se explodirá na terra
alguma revolução?
Nelson Marzullo Tangerini