VERSOS, FILHOS DA MINHA INSPIRAÇÃO
Ah! Filhos da minha alma!
Por que teimam em desmascarar
Meus sentimentos,
Pondo-me exposta, a descoberto
Para gentes que, talvez,
Nem saibam o que é amar?
Filhos, filhos...
Não teimem em querer aparecer
A toda hora,
Em qualquer lugar,
Perto de todo mundo,
Como se tivessem o direito
De mostrar o quanto amo
E peno as penas do amor?
Deixem-me ficar na quietude
Da minha solidão,
Guardando os suspiros
Que saem pelos caminhos do meu peito,
Expelindo o hausto da saudade...
Deixem-me esconder o coração.
Filhos, eu amo tanto
Que até sobra o que sinto
Como produto de um moto contínuo
Infinitamente fértil e produtor.
Deixem que eu esconda a minha dor!
Não me façam objeto de lamúria e compaixão.
Se quiserem me ver feliz e satisfeita,
Tragam à minha vida, à minha vida inteira,
Paixão, amor, afeto ou amizade,
Recheados de carinho e de ternura
E, talvez, só um pouco
Um pouquinho somente de saudade!