EXPRESSÕES BRASILEIRAS, NOSSA AMADA LÍNGUA E A AGONIA NOTURNA
De todas as doces felicidades, eu amo escrever macrósticos
De ouvir a caneta contra o papel, da folha direita e da esquerda
Amo as expressões da língua portuguesa e suas palavras complexas
Tão cheias de sinônimos, antônimos, ideias e termos inóspitos
Quase não falados ou explorados, uso ela para que me alegre, para que me esqueça de perdas
Palavras difíceis têm minha atenção aberta, principalmente as desconexas
Enquanto crescia, sabia que minhas reclamações e protestos sempre acabavam em pizza
E apesar de engolir sapos, eu sempre acreditei que meu direito de opinião estava em algum lugar
Não quero casa, não quero enfeite, quero viver no parálio, apenas isso
Na minha condição de ócio crônico, torço para que meus sentimentos trágicos e cômicos não formem rixa
Mas se formarem também, antes tarde do que nunca, dêem um fim nessa espelunca, nessa mente que não quer descansar
Como se fosse zureta e zumbrisse por caretas, eu tenho agido e de mim só resta resquício
Eu acabei sendo oito ou oitenta, o que não ustula, queima até os ossos
Eu me mangro e eu sangro e eu sofro, e por mim, nem sei se eu presto, pareço ser ninguém
Não quero ser soez numa vida onde tanto quero amar, amar sem fim
A senescência efêmera atingirá meu rosto até que se torne insosso
Estou me sentindo em estado funesto e de mim só resta resto, quem vai querer os restos de alguém?
Ninguém merece ser odiado (ou amado) assim!?
Embora eu tente controlar tudo, de médico e louco, todo mundo tem um pouco e do que adianta chorar pelo leite derramado?
O negócio é não cometer os mesmos erros, se esforçar pra acertar, e lembrar que nem tudo são flores
Eu sigo, mesmo que a estrada seja difícil de ver, mas eu estarei bem em breve
Não adianta estorcegar meus ossos pelas dificuldades da vida, porque elas são passageiras mas o busão é movimentado
Cuidado com promessas e com seres muito chamativos e galanteadores
E não grite sua felicidade alto demais, porque a inveja tem sono leve
(Esse poema além de tristeza e desilusão envolve as expressões da nossa língua, que amamos e algumas palavras difíceis dela, eu quis trazer a complexidade do português para esse poema! Obs.: ele tem uma primeira parte com um assunto diferente, se chama "Expressões Brasileiras, Nossa Amada Língua e a Política")