𝙾 𝚌𝚊ç𝚊𝚍𝚘𝚛 𝚍𝚎 𝚙𝚒𝚙𝚊𝚜
Lá naquele céu latejante
Uma pipa a brilhar
O menino estava contente
E o cerol na mão a calhar
Ele correu
Num impulso de um atleta
A voadora o azul a riscar
E enroscar num outro papel
O caçador de pipas não foi cruel
Arranhando o dedo
Ele queria soltar a linha de manhã cedo
Mãe chamando para tomar o café
Raparigo é teimoso como um mané
Juventude fala aos ouvidos de quem não vê
Menino hiperativo correu a rua ao amanhecer
E num baque veloz
Um estrondo na vizinhança que corrói
Os anjos a rodopiar na calçada estavam
Um corpo estendido no chão
Caçador de pipas, me dê a mão
Hora de partir para o paraíso
Foi aberta a janela do perigo
Assim termina a história
O brilho de uma criança não se apagará na memória.
Karol Pisaro - Domingo - 25/07/2021 às 14h35min.