O sal da lágrima em filigranas de ouro
Nada posso escrever em versos brancos,
Nem a tristeza da saudade que me assola,
Talvez apenas nos poemas sempre francos,
Possa dizer-lhes o que ainda me consola.
Quando versejo choro em rimas alternadas,
Enriquecidas desse amor que é ouro puro,
Nestas páginas, com filigranas decoradas,
Este versário é o meu banco mais seguro.
Se a amnésia sublimar meus pensamentos,
Ainda terei como lembrar da nossa história,
Que ela possa despertar bons sentimentos,
Quando a tristeza revisitar minha memória.
Se esta poesia tiver o poder de transformar,
Uma grande dor numa perfeita obra de arte,
Que também possa fazer a poetisa recordar,
Ainda que dela o sal da lágrima faça parte.
Adriribeiro/@adri.poesias