Seca braba...
Faz tempão qui só faço chorá e aqui, si qué chuvisca
Nenhuma gota dismilinguida, perdida, iscorri e rola pelo chão
O limo da seca (Que Deus nos acuda, viji, oxente),
Já se apoderô de todos teiado e caia
Nem orvaiá pur aqui, nadica di nada, orvaia
E água...? Só si fô das gota das minhas lágrima
Impurcionada, discambada e iscurrendu direto, pru meo coração!
Eta! Disgrama de seca marvada,
Doída e mardita
Chega inté engasgá garganta, trancá choro di emoção
Capim qui inté antonti era verdinhu/ verdinhu e qui mais esverdeava
E nas madrugadinha, pur eças banda, comu di custumi, serenava
Os rio, tudo, tudo curria tronquilo! Curria, curria e não parava
O dó! Qui farta di sórti...
Agora vévo eu inté sem meo amô,
Num mar imenso e seco, de inlusão!
Chuva das boa, mi oça e me atenda ligero!
Venha fazê pra nóis uma visitinha
Vem umedece as bórda e moiá toda sulera dela dissolação
Vem ponhá um surriso pela noça cara isturricada
Tumara que oçê não demore! Chuvinha, tumara
...qui tu chôva logu, pois tu é o santu remédo, que sara
E noíz ti isperá, e ti ispéra tanto...!
Pois teu caimento, é a nóça maió das canção!
Inté tu paçá di veis, seca marvada,
Vamu fazendo prece im todu lugar, nos curtu, nas caza e nas miça
Inquanto tu não relá pelos quintá, apagandu tua secação
Cramando e oiando pro árto do céo, pra me ovi e nus abençuá
De minha parti, sem ceçá um minuto si qué
Di pidi pro Sinhô Santu e Poderozo, me iscuitá
...mandá, uma chuvarada pra cubri toda prantação rececada
E vortá colori cum todas as cor, trazendo o verdi di vórta
Pru nóçu SERTÂO!