Mandacaru
Mandacaru
Chora por não ver chuva lá no sertão
Por ouvir a cantoria dos pássaros
Por quase nem ter raízes
Dele ninguém fazer plantação
Anu dele quer distancia nem canta
Pulando entre avelós ate no chão
Chora mandacaru por seus espinhos
Que rompe suas entranhas em dor
Mandacaru seu pranto com avidez
Nem se percebe lá no sertão
Onde tantos choram pela seca
Que traz a fome ao povo sofrido
Nordestino chora pra dentro
Por ser um povo aguerrido
Que carrega no rosto as marcas
Da labuta no chão de arrar a terra
Mandacaru chora pois bem-te-vi
Canta de longe no calor do verão
No seu canto ele tudo ver
Menos agua ou nuvem pesada
Quem no horizonte faça chover
Mandacaru busca se segurar
Ao seu redor só existe desolação
Ver o solo seco rachado com pedras
Suas lagrimas nem tocam o chão
Suas raízes presas no lajedo
O vento quente nem traz consolação
Grita mandacaru pedi ajuda
Quem sabe alguém olha pra te
Solto sozinho lá longe na paisagem
Figura típica marca registrada
Símbolo eterno do povo do sertão
Ricardo do Lago Matos