A delicadeza do bem-te-vi.
A sonoridade do canto do pardal.
Os assobios infantis
que tentam entoar canções.

A rima furtiva.
Caída feito um orvalho
A lua discreta de inverno.
Aquela flor vermelha 
nascida por sobre a pedra.

Um agasalho repleto de emoções.

A imensidão dos desertos.
A vastidão dos silêncios
Aqueles olhares espertos
a salgarem lenços.

A letra do monograma.
Bordado fino e gracioso.
Ton-sur-ton
O azul do céu sobre o
azul de sua íris
encantada e hídrica.

As lágrimas trilhavam o rosto.
Despejando todo desgosto
na palavra que
nem pronunciasse.

Talvez fosse indício.
Prenúncio ou promessa.
Talvez fossem reticências
Maledicências.

A crueldade maior era sentir.
Absorver tudo
Com a alma já encharcada
de uma tristeza terçã.

Era simples sintoma 
De ser malsã.



 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 26/07/2021
Reeditado em 26/07/2021
Código do texto: T7308074
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