POR QUE
POR QUE
Por que voltas
Sempre voltas
A surdear meus tímpanos
Com palavras e incógnitas
Passas e arrastas
O meu solo seco
E semeias o frio no coração
Em barcos e vestes de lágrimas
Num aceso lampejo de solidão
Porque voltas...
Eu que me esqueci
As cálidas lembranças
Sentas se a minha mesa
E despreza-me com vinho doce
Embriaga-me em palatos amargos
Num vulto de silencio
As vezes és frio, outras vezes sol
E essa praia de areia em nuvens sem céu
Deixa-me sem pegadas
Num choro de lágrimas
Eu vejo teu riso despreocupado
Fazendo-me escravo...
D´ um amor cruel.
Marisa Zenatte
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