Cela
É uma luta inglória
Esse desalento que cerca-me a alma
Fustiga meus pensamentos numa tormenta
Sem fim
Eu queria o fim.
Ou ao menos algo que remetesse-me ao descanso constante do combate.
E eu... ah eu estou cansada demais.
Dolorida demais, alquebrada demais
Para fazer diferente ou buscar quem entenda...
Ninguém entende.
Cegos que dizem ver
Mudos que falam sem saber
Surdos que escutam sem compreender
E eu no meio disso
Só sinto dor
Tudo dói
Viver dói e estou farta de tanta dor
Estou exausta de buscar o melhor
Ser o melhor
E amanhecer cada dia mais fragmentada.
Onde alívio de tal suplício?
Que poção sorver que silêncie dentro de mim
Todo esse caos?
E por que não desistir?
Temer mais dedos a julgar-me ?
Já fui julgada e sentenciada
E aqui estou eu encarcerada nessa cela
Ossos, carne, sangue e sozinha.
Eu fiquei aqui cumprindo a sentença
De não saber o que é a paz e a tal felicidade.
Não é que vou desisti
Eu já desisti.
Só não me deixaram partir...