Cela

É uma luta inglória

Esse desalento que cerca-me a alma

Fustiga meus pensamentos numa tormenta

Sem fim

Eu queria o fim.

Ou ao menos algo que remetesse-me ao descanso constante do combate.

E eu... ah eu estou cansada demais.

Dolorida demais, alquebrada demais

Para fazer diferente ou buscar quem entenda...

Ninguém entende.

Cegos que dizem ver

Mudos que falam sem saber

Surdos que escutam sem compreender

E eu no meio disso

Só sinto dor

Tudo dói

Viver dói e estou farta de tanta dor

Estou exausta de buscar o melhor

Ser o melhor

E amanhecer cada dia mais fragmentada.

Onde alívio de tal suplício?

Que poção sorver que silêncie dentro de mim

Todo esse caos?

E por que não desistir?

Temer mais dedos a julgar-me ?

Já fui julgada e sentenciada

E aqui estou eu encarcerada nessa cela

Ossos, carne, sangue e sozinha.

Eu fiquei aqui cumprindo a sentença

De não saber o que é a paz e a tal felicidade.

Não é que vou desisti

Eu já desisti.

Só não me deixaram partir...

Fabiana Ferreira Lopes
Enviado por Fabiana Ferreira Lopes em 02/07/2021
Código do texto: T7291346
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