Vazio
Eu deito na cama, mas caio no buraco
Eu nado no nada, mas só comprova o quanto eu sou fraco
Eu sinto meus dias esvaindo pelos meus dedos
Sofro no meio da guerra entre as ambições e medos
O mesmo enredo… aplaudam o palhaço triste
Aplaudam meus traumas, minhas feridas, minhas cicatrizes
Aplaudam, pois, suicidar-me é a parte fácil
Difícil é voltar a vida no final do terceiro ato
Denovo e denovo eu acordo
Café, almoço e trabalho
Cansado eu me deito e não durmo
E penso no quanto eu sou falho
Não existe luz no fim do túnel
Não existe tempo, nem atalho
O vazio dos dias me engole
E vomita os piores pedaços...