Delírios Depressivos

Minhas lágrimas secaram por fora

e inundam-me por dentro

o sal que continham de outrora

hoje é um tipo de ácido fedorento

Corre em meu interior

dilacerando-me por inteira

vai cortando e causando-me dor

um ardor como lenha em fogueira

Meu grito de socorro não é ouvido

pelos ouvidos surdos, que me rodeiam

ouvem todo tipo de ruído

menos os gemidos que me permeiam

Gemidos e soluços que me afloram

na pele, em grossas pipocas vermelhas

das moléstias e dores que me devoram

trazendo-me loucuras até as orelhas

Passado e presente que se misturam

acusando-me de pecar como pecador

lembrança de erros que me torturam

e a falta do perdão do meu condenador

Da vida a morte é o meu desejo

quando meus filhos encaminhados eu ver

espero que suas histórias tenham melhor enredo

do que o meu, que só me fez sofrer

Desde o começo não tive gracejo

sempre fui a ovelha desgarrada

e quando deixei de sê-lo

o destino lança-me uma patada

Golpe que me arremeçou ao chão

sufocando minha paz e o meu sossego

a amargura surge apertando o meu coração

dando-me somente a morte como alento.

milizinha
Enviado por milizinha em 07/11/2007
Reeditado em 19/05/2011
Código do texto: T727198
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