Outroras, outroras

E quem entenderia

Das noites estranhas e frias

Do coaxar do sapo..

que o pai vinha e acudia?

a farofa ao raiar o dia

A bênção à vó Maria!

Quem pode dizer?

Minhas tias

Cerzindo fomes

Gritando nomes

Se sabe meu Deus donde hoje, o Afonso?

A boneca espiga

Que à menina figa fazia?

Quantos foram mesmo os anos

De perdas..ruínas e danos?

Existiu Jesus..existiu?

Aquela gente sadia

A quem nada desunia

Era nesse Norte.. que seguia…

E quem? quem dizer diria

Que o primeiro, abatido seria?

E o primeiro era o da menina, guia?

A farofa esmoreceu...

E por três dias e três noites, fez-se breu!

Nas rezas ofertadas,

Nos terços tremulando nas sanas mãos.

A turma não se desfez,

continuou..seguiu..seguia

E o destino fazia paradas.

Dos nomes..não mais precedia

Quem..quem pensar poderia?

Dorothy Carvalho

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Dorothy Carvalho
Enviado por Dorothy Carvalho em 29/05/2021
Reeditado em 22/02/2024
Código do texto: T7266620
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