REMANDO MINHA CANOA
Quinze e quarenta e cinco
no velho barraco de zinco
dez de maio de dois mil e vinte e um
pego a pena e o tinteiro
tem um pé de pessegueiro
e outro de ariticum
eu acho estar sonhando
já não estou controlando
as faculdades mentais
mas vou escrevendo poemas
pensando nas morenas
algumas usam aventais
nos balcões de padaria
ou colar de pedrarias
nas alamedas de Lisboa
agora em sonhos a navegar
e em sonhos quero chegar
remando minha canoa
acordo num banco de praça
um palhaço a fazer graça
palhaço também sou eu
vem a polícia me xinga
levando a garrafa de pinga
o mundo inteiro me esqueceu!
escrito as 15:54 hrs., de 10/05/2021 por