Uma Alien no Corpo de uma Garota
Me sinto uma alienígena em minha própria pele,
Não reconheço meus olhos, e meu corpo me é estranho.
Não tenho pátria, não tenho nome, não tenho pais e não tenho história,
Sou como o espaço sideral, em mim habita tudo mas sou gelada e vazia.
Uma infinidade de possibilidades, porém, uma armadilha mortal a todos que
Ousarem me desafiar sem o devido preparo.
Pois é assim que me sinto neste corpo, presa, engaiolada e estranha,
Eu luto, e luto, e luto novamente, mas nunca é o bastante.
Não aguento mais interpretar o papel de garoto, não aguento mais este corpo.
Fito-me ao espelho e sinto repulsa, nojo, ânsia.
Eu sou uma garota, mas meu corpo não corresponde, me sinto um monstro,
Uma enganação mortal a mim mesma, brincando com o perigo dia após dia.
As pessoas me pedem para ter calma, ter paciência, mas se soubessem
A vontade que tenho...Se soubessem como eu desejo operar meu rosto com
Minhas próprias unhas, não me falariam uma galhofa destas.
Afinal, já não sou mais uma pessoa comum há muito tempo...
Há eras eu sou a garota morta que caminha.