Era uma vez... amor.
Era pra ser "para sempre"
Mas o sempre talvez seja muito
Para alguém como eu
Eu quis além das volúpias do fim de noite
Você insistindo nas brigas banais
Eu buscava a leveza de querer caminhar ao seu lado
Você o peso das cobranças sem fundamento
Eu quis a bonança do amor maduro e que confia
Você a tormenta da posse disfarçado de querer bem
Eu buscava deslizar por águas tranquilas
E acordei no mar agitado da desconfiança e acusações
Eu exausta ainda remei até aqui
E alquebrada ancoro no porto da desolação.
Sem o "para sempre"
Sem o tal "final feliz"
Quis te dar um céu azul
Mas você preferiu as nuvens densas e escuras
Invadindo nosso mundo
Corrompendo nossa paz
Destruindo nossa história
Eu vou embora porque desisto de tentar
Cansa-me a rotina burra de tudo justificar
Parei diante mim mesma e perguntei:
Para quê insistir no que é relutante em mudar?
Eu agora recolho meus cacos e saio de cena
Eu havia dito que "nunca mais" outra dor com esse nome de desamor
Mas esqueci que o "nunca" seja muito para um coração como o meu.