Desalento

Meu desalento me atacara hoje novamente.

Seja pelo frio impiedoso da manhã

Ou pelos pensamentos desarrazoados da noite passada.

Pelo desprazer de viver ou

Propriamente, pelos problemas.

Mas meu desalento me atacara violentamente,

me fazia sentir um corpo boiando.

Achara eu que só dias nublados

me traziam uma solidão devoradora.

Mas descobri minha melancolia também

no sol da manhã

e nas nuvens da tarde.

Todos indo para seu destino e indo para lugar nenhum.

Mas meu desalento me atacara novamente,

Me deixara de cama;

Como um forte resfriado.

Seja pela vida impiedosa que me atormenta

Ou pelo espinho da rosa que me fere de maneira violenta.

Pelo grito abafado que eu tenho em minha garganta

Ou o choro agonizado que me acaba a esperança.

Olho para o céu inteiro e não vejo sequer um anjo,

Nem mesmo nas nuvens encontro-os em seu descanso.

Hoje, meu desalento de atacara de maneira cruel.

Cada lágrima minha borrava sua assinatura no papel.

Essa tristeza me tinha na mão, como se fosse uma aliança descolorida.

Apenas mais um pouco,

E se acabara minha vida.

A vida insuficiente que existe no arrebol

E no azul da noite limpa.

O céu branco me fere a vista

E a vista me fere a alma.

Quero encontrar um dia

Descanso e calma.

Mas meu desalento me atacara quase todas as manhãs

Desde aquele dia.

Espero que um dia este vá embora

Ou que se acabe a vida.

Maria R Montozo
Enviado por Maria R Montozo em 28/04/2021
Código do texto: T7243650
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