O sanguinário
Sinto como se sempre estivesse chovendo dentro de mim,
uma chuva de sangue, chuva que não parecer ter fim.
Quem dera fosse chuva de apenas dias ruins.
Dentre escolhas tolas, ninguém escolheria ser assim.
Céu escurece... está nublando, o nublado!
Cega o tolo que se vê como um coitado.
Afoga a todos e diz ele quem está afogado.
Vítima de si mesmo ou só um desgraçado?
Desgraça que bate, vai e volta, uma ciranda
Que encanta a todos, mas impede o que canta
De seguir sua melodia quando se espanta
Com o teatro que aplaudem, sem entender, quantas antas.
Sorrisos falsos ou verdadeiros, quem se importa?
Quando o desespero vem e bate em sua porta.
São águas que chegam para levar suas hortas
Que se mancham vermelhas, fome haverá agora.