Esvanecer
O pesar é o meu sustento.
Nele, equilibro-me como posso.
Estremeço-me nesse descabimento.
Pois tudo dói.
Sobram-me as delicadas incertezas
Dessa atroz dualidade que há na vida.
Sou eu ou um mero metamorfo
reproduzindo os mecanismos desta terra prometida?
Em um refletor estão os meus pormenores.
Cada sinuo se contrai,
Mas ainda que eu me veja,
Não consigo mais me enxergar.
Talvez o desejo de me ser,
Tenha finalmente se esvaído.
Assim como essa pungente falta
De um lugar qualquer
Que poderia ter me pertencido.
25.06.2020