NOSSOS DIAS TORNARAM-SE EXTENSOS
Uma aura de horror muito sombria
Envolvendo esses tempos tenebrosos,
Nos vulnera e nos deixa temerosos
Nesses dias sem fim, de pandemia.
Essa transformação do dia a dia
Trouxe trauma e limite às nossas vidas,
Pesadelos em noites mal dormidas,
Fazem-nos pesarosos, frágeis, tensos.
Nossos dias tornaram-se extensos,
Nossas noites ficaram mais compridas.
Em angústia e medo submersos
Por motivos de enorme contratempo,
Meditar constitui-se passatempo,
Assim como, ver filmes, compor versos...
A leitura, de gêneros diversos
Reanima atitudes combalidas,
Reacende esperanças carcomidas
Nesses tempos nefastos tão imensos.
Nossos dias tornaram-se extensos,
Nossas noites ficaram mais compridas.
O turvado momento descortina
Um funesto cenário que perpassa
As fronteiras da paz, e ameaça
Nos puxar em rebanhos à ruína.
Sem remédio eficaz e sem vacina,
Pelo vírus se esvaem muitas vidas.
As famílias das vidas destruídas,
Lacrimosas ensopam muitos lenços.
Nossos dias tornaram-se extensos,
Nossas noites ficaram mais compridas.
Nós vivemos um tempo muito estranho,
Pois além da horrenda pandemia,
Como o pobre suporta a carestia
Sem auxílio, trabalho e nenhum ganho?
Quando cego é quem guia seu rebanho,
É tendência arrastá-lo nas descidas,
E se ele adota ideias genocidas,
A finarmos ficamos bem propensos.
Nossos dias tornaram-se extensos,
Nossas noites ficaram mais compridas.