Apego
Meus filhos tiveram antes
Confesso que me assustou
Mesmo com todos distantes
Parece que me encontrou.
Me veio a pensar bobagem
E no tanto ainda por dizer...
Tenho medo da última viagem
Que ainda agora eu quis fazer
Como é engraçada esta vida
E quanto a morte é salutar...
Um hora eu planejo a partida
E na outra só desejo ficar...
A tudo o meu eu se apega.
Vira alvo do meu olhar...
As plantas pedindo rega.
E eu sem poder molhar...
A rede está lá fora armada...
Com os gatos a se balançar
Minha poesia já represada
Querendo enfim se rebelar
Pois, quando o corpo já febril
Volta a morte contemplar
Eu vejo no seu olhar gentil
Que ela só quer me aliviar
Do peso da minha vida vã
Do meu sonho pouco sensato
Da incerteza do amanhã...
E deste amor já caricato...
Por que teimo em resistir?
Se seria mais fácil aceitar,
Deixar tudo e a seguir...
Em teus braços me deitar
Deste plano então partir...
Enfim, minha alma levitar!
Adriribeiro/@adri.poesias