Apego

Meus filhos tiveram antes

Confesso que me assustou

Mesmo com todos distantes

Parece que me encontrou.

Me veio a pensar bobagem

E no tanto ainda por dizer...

Tenho medo da última viagem

Que ainda agora eu quis fazer

Como é engraçada esta vida

E quanto a morte é salutar...

Um hora eu planejo a partida

E na outra só desejo ficar...

A tudo o meu eu se apega.

Vira alvo do meu olhar...

As plantas pedindo rega.

E eu sem poder molhar...

A rede está lá fora armada...

Com os gatos a se balançar

Minha poesia já represada

Querendo enfim se rebelar

Pois, quando o corpo já febril

Volta a morte contemplar

Eu vejo no seu olhar gentil

Que ela só quer me aliviar

Do peso da minha vida vã

Do meu sonho pouco sensato

Da incerteza do amanhã...

E deste amor já caricato...

Por que teimo em resistir?

Se seria mais fácil aceitar,

Deixar tudo e a seguir...

Em teus braços me deitar

Deste plano então partir...

Enfim, minha alma levitar!

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 13/04/2021
Reeditado em 13/04/2021
Código do texto: T7230581
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