Paredes de solidão
Quantas casas de um ser somente
Juntando todas, daria uma mansão
O vazio do quarto, e o frio no fogão
Chaleira não chia, e nenhum vivente
Quantos cômodos cheios de ilusão
De saudade, de vontade, imaginação
Saudade de ver as pessoas queridas
Vontade de partilhar pão com a vida
Satisfazer o corpo e a alma em união
Mas, os dias são raros sem a solidão
E a alegria é emoldurada, congelada
Ao alcance da mão, inerte, paralisada.