Destino na dor

Choro por ti, por não pertenceres mais

Exalas o perfume que roubou da vida

Por fazer andrajos volver aos umbrais

Te refaz mais que resolvida.

O que sobras alma doente, teu vazio

Na pungente dor indivisível

Ao sentir a sentença proferida, um suspiro

Que imitas o soar do desprezível

Lânguido tens o caminhar genocida

Em busca do infame golpe fatal

Coragem faltante de homicida

Acorda inebriante, pureza Vestal.

Não havereis de escrever tua contenda

Se emoções são o látego da desgraça

Tragadas nas frases horrendas

Do cálice pernicioso da cachaça.

Volte e recuperas o teu sono perdido

Sobre o vil desejo de um não sei

Amarás o próximo como bandido

Ou serás mais um a dizer: Pequei!

Terei que recompor mais do que versos

Mesmo odiado por quem amei

Abandonar no seio do deserto

O ego humilhado não mais terei!

Marcelo Taranto
Enviado por Marcelo Taranto em 08/04/2021
Código do texto: T7227191
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