Destino na dor
Choro por ti, por não pertenceres mais
Exalas o perfume que roubou da vida
Por fazer andrajos volver aos umbrais
Te refaz mais que resolvida.
O que sobras alma doente, teu vazio
Na pungente dor indivisível
Ao sentir a sentença proferida, um suspiro
Que imitas o soar do desprezível
Lânguido tens o caminhar genocida
Em busca do infame golpe fatal
Coragem faltante de homicida
Acorda inebriante, pureza Vestal.
Não havereis de escrever tua contenda
Se emoções são o látego da desgraça
Tragadas nas frases horrendas
Do cálice pernicioso da cachaça.
Volte e recuperas o teu sono perdido
Sobre o vil desejo de um não sei
Amarás o próximo como bandido
Ou serás mais um a dizer: Pequei!
Terei que recompor mais do que versos
Mesmo odiado por quem amei
Abandonar no seio do deserto
O ego humilhado não mais terei!