Assim...

A cada dia algo morre em mim

Enterro rosas, cravos e flores de jasmim

Penso, por vezes, que vivi sempre assim

Corri muito mais do que podia

Apostei em amigos que nem via

E chutei parente que só ria

Nada resta na vida de então

Vejo pessoas antes maravilhosas alocadas em caixão

A terra vai sofrer com tantos corpos em podridão

A cidade e o país morrem em vão

Pessoas de poder fingem preocupação

E neles também morrem a triste nação.

Muitos acreditam na esperança como argumentação

Mas não existe coelho perto de leão

Acreditem, nunca existiu compaixão

A cada dia algo morre em mim

Não sinto cheiro do jasmim

O encanto se foi deixando-me assim