FINJO QUE ESTOU VIVO
Nesta curta vida de passagem,
Finjo que estou vivo, margem
Para viver já não posso pedir,
Só me resta do mundo fugir.
Cansado de viver tantos anos,
Sao muitos estes meus danos,
Já não há remédio nem amor
Que me conforte, apenas dor.
Finjo que estou vivo, é ilusão
Que quero alimentar, coração
Bate mais devagar, cansado.
É um bater descompassado.
Enquanto o sol no céu brilhar
Nas manhãs do meu acordar
Ainda há uma réstia de vida
Que me sustenta por magia.
Finjo que estou vivo, é ilusão
Que quero manter sem sofrer,
Enquanto bater meu coração
Sem se queixar de tanto viver.
Ruy Serrano - 29.03.2021