... na goma arábica de ser palavra

Afunilaram-se máscaras em passerelles perpendiculares

de vitrinas circunflexas.

Da esquina com que se mascararam galhos

endurecidos de hirtos, erectos na pruína dos sentidos,

na goma arábica de ser palavra,

os ventos quentes do deserto

infectam-se em vultos astuciosos,

no vazio de corpos curriculares da árvore do crescer.

Sem pautas, sem regras, leis ou normas,

agiotas do Templo,

sugam a seiva da brisa do vento

se, no interior da ignição em movimento

um raio macio de luz

demarca na palma duma emoção,

no contraforte relutante da alma,

a fronteira dedilhada

a custo – na saliva e no cuspo -,

entre

o fim da noite e o início da madrugada.

Na resiliência de um embuste,

na passerelle ressequida e agora iluminada

já não caminham em sibilação

Osíris(1) e sua amada.

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(1) Osíris era um deus da mitologia egípcia, associado à vegetação e a vida no Além.

Encarna a terra egípcia e a sua vegetação, destruída pelo sol e a seca, mas sempre ressurgida pelas águas do Nilo. (adaptado de Wikipédia)

Mel de Carvalho
Enviado por Mel de Carvalho em 03/11/2007
Reeditado em 03/11/2007
Código do texto: T721655
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