... na goma arábica de ser palavra
Afunilaram-se máscaras em passerelles perpendiculares
de vitrinas circunflexas.
Da esquina com que se mascararam galhos
endurecidos de hirtos, erectos na pruína dos sentidos,
na goma arábica de ser palavra,
os ventos quentes do deserto
infectam-se em vultos astuciosos,
no vazio de corpos curriculares da árvore do crescer.
Sem pautas, sem regras, leis ou normas,
agiotas do Templo,
sugam a seiva da brisa do vento
se, no interior da ignição em movimento
um raio macio de luz
demarca na palma duma emoção,
no contraforte relutante da alma,
a fronteira dedilhada
a custo – na saliva e no cuspo -,
entre
o fim da noite e o início da madrugada.
Na resiliência de um embuste,
na passerelle ressequida e agora iluminada
já não caminham em sibilação
Osíris(1) e sua amada.
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(1) Osíris era um deus da mitologia egípcia, associado à vegetação e a vida no Além.
Encarna a terra egípcia e a sua vegetação, destruída pelo sol e a seca, mas sempre ressurgida pelas águas do Nilo. (adaptado de Wikipédia)