Luto
Que dor que venho sentindo.
Uma dor que oscila
Mas, não termina.
Aperta forte o peito.
Dá um nó na garganta.
Só consigo engolir seco.
Nada cura
Ou dá sossego.
Uma dor permanente.
Por vezes, dormente.
Outrora, latente.
É uma dor muito presente.
Dor que se liberta em lágrimas
Mas, é prisioneira do corpo.
Uma dor que entristece a alma.
Escurece dias solares.
Faz barulho em noites serenas.
Dor que grita
E aí acorda a vizinhança inteira.
Principalmente o meu pior demônio
Que faz morada.
Dor que não tem escuta
Não recebe abraço
Nem aceita interlocutor.
Uma dor sem qualquer pudor.
Revelada em marcas
E cicatriz na pele.
Dor que não rejuvenesce.
Estou tomada por dor.
Essa dor tem endereço e sobrenome.
Assalta sinais de segurança.
Essa dor é invasora.