Luto

Que dor que venho sentindo.

Uma dor que oscila

Mas, não termina.

Aperta forte o peito.

Dá um nó na garganta.

Só consigo engolir seco.

Nada cura

Ou dá sossego.

Uma dor permanente.

Por vezes, dormente.

Outrora, latente.

É uma dor muito presente.

Dor que se liberta em lágrimas

Mas, é prisioneira do corpo.

Uma dor que entristece a alma.

Escurece dias solares.

Faz barulho em noites serenas.

Dor que grita

E aí acorda a vizinhança inteira.

Principalmente o meu pior demônio

Que faz morada.

Dor que não tem escuta

Não recebe abraço

Nem aceita interlocutor.

Uma dor sem qualquer pudor.

Revelada em marcas

E cicatriz na pele.

Dor que não rejuvenesce.

Estou tomada por dor.

Essa dor tem endereço e sobrenome.

Assalta sinais de segurança.

Essa dor é invasora.

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 16/03/2021
Código do texto: T7207961
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