Pedras esquecidas
Em suposto arranjo
De violões argutos,
Segue o som dos homens astutos
Que com a faca conquistam o anjo.
Com a parcela inominável de tristeza
Que do sonho ignóbil,
E da felicidade móbil
Na sujeira que conquista a beleza.
Ó demônio de três faces,
Que o céu lhe queime a pele,
Que o mar a ti revele,
Que a marca lhe enlace.
Que mostrando aquele impasse,
Se desfaça a mentira,
Se espelhe e agarre a ira
Trabalhando no absoluto desastre.
Que na penumbra das águas podres,
Em pedras esquecidas na sujeira
E que, já filtradas na peneira,
Desistiram os buriladores.