Pedras esquecidas

Em suposto arranjo

De violões argutos,

Segue o som dos homens astutos

Que com a faca conquistam o anjo.

Com a parcela inominável de tristeza

Que do sonho ignóbil,

E da felicidade móbil

Na sujeira que conquista a beleza.

Ó demônio de três faces,

Que o céu lhe queime a pele,

Que o mar a ti revele,

Que a marca lhe enlace.

Que mostrando aquele impasse,

Se desfaça a mentira,

Se espelhe e agarre a ira

Trabalhando no absoluto desastre.

Que na penumbra das águas podres,

Em pedras esquecidas na sujeira

E que, já filtradas na peneira,

Desistiram os buriladores.

LSPereira
Enviado por LSPereira em 15/03/2021
Reeditado em 15/03/2021
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