é apenas um domingo.

e naquele momento,

deitado na minha banheira de água escaldante

eu sentia todas as variantes emoções ao mesmo instante,

as sirenes alarmantes, o vazio agudo do mundo, a brisa gelada do vento,

tentei gritar em silêncio, até toda a dor se esvaziar de mim, do meu pensamento,

tentei afogar minha frustração nessas águas tão calmas, mas que estavam prestes a aguentar o turbilhão,

as bolhas iam subindo e eu estava imerso,

estava ficando preso como poesia em verso,

estava ficando sem ar, desesperado por uma saída,

o dilúvio estava preste a acontecer, e eu estava me sentindo sem vida.

o vento sacudia a cortina rasgada e tão densa,

a monotonia navegava nas minhas veias,

era uma dor extensa,

eu estava cheio de hipérboles e paradoxos,

estava a ponto de riscar todos os fósforos,

e deixar queimar, até se apagar.

mas era só um domingo.

que são passageiros.

me levantei, me enxuguei por fora

enquanto me derramava por dentro,

afinal o mundo é feito de metáfora.

jefe feitosa
Enviado por jefe feitosa em 21/02/2021
Código do texto: T7189371
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.