Vãos de mins
Não queria depender de ti
quem quer que seja
Mas dependo
e não entendo
porque tanto necessito de alguém.
Eu só tenho essa vontade
de querer pertencer a algo
e que algo me pertença também
como fosse parte da minha natureza
e não pudesse me ser arrancado de dentro.
Algo meu até às varizes
nas rugas e cicatrizes
do meu eu mais farto
ao mais vazio...
Mas nada
nem nada
até as palavras
que um dia as tive
como as lágrimas
hoje me faltam.
Meus dedos vazios nada seguram
senão as lacunas
e sonhos que nem sequer sabem que são
Tempestiva que fui
tão cheia, tão tanto
não sei onde fui parar
Meu pranto de mim sumiu
e eu fiquei aqui
num flutuo,
num vago espaço perdida
em vãos e vãos de mins...
Me falto tanto
e não sei como me acho
quero tanto eu e tanto outrem
que fico sem nada.
Nenhum.
Nada.
É como se todos tivessem um pedaço de mim...
— menos eu.