furacão
Mais um se vai
E tem se tornado cada vez mais difícil acreditar que eu sou capaz de tê-lo
Sempre o tendo em minhas mãos, mas logo o deixando escapar
E portando aquele velho medo de não pertencer, de não ser o suficiente
Constantemente atônito e embriagado por outros sentimentos que não consigo transcrever
Me ponho em uma eterna zona de guerra, onde
Jamais conseguirei sair vencedor, onde não haverá vencedores
Batalhas travadas e sangue derramado, sou eu
Quem sempre dá o tiro de misericórdia no fim de cada temporada
Levando mais um nome ao chão
Mais um se vai
E, aos poucos, minhas esperanças vão se esvaindo como areia em minhas mãos,
A dor se torna tão forte e constante que me leva à padecer no chão,
Eu nunca estive tão cego pelas lágrimas em meus olhos como estou agora.
O conflito em minha mente permanece, relutante contra meu reflexo,
As nuvens cinzas vem chegando, preciso de um abrigo,
Onde eu possa me refugiar dessa guerra interna, longe de meus inimigos,
Onde eu possa aceitar a minha escuridão.
Minha alma lentamente perece e as minhas súplicas se mostram em vão
Estive a tanto tempo procurando por isto, sem sequer ter noção
Lutando e lutando na tentativa de encontrar a paz e não notando que
Eu sou o verdadeiro fenômeno cataclísmico, a força da natureza que te move.
Não há nada que possa me parar
E eu nunca terei paz de verdade
Pois eu sou a chuva violenta
A grande tormenta que assombra em todos os momentos
A Cumulonimbus que se estende acima de tudo
Eu sou o caos instaurado
Os ventos que sopram a mais de cem quilômetros por hora
Destruindo todos os alicerces construídos
Sou a razão pela qual tudo se desfaz
Eu sou o furacão