Uma vitima do corona
Uma vítima do Corona
Ah! Filha querida, agonizo em te ver assim
Olhar tristonho, fadigas e corpo febril
Agonizante rosto de sorriso ausente,
Só brota quente sopro nesse liquido nasal
E nessa boca seca, doçura dos dias felizes,
Agora aprendiz de passageira amargura
Amídalas irritadas, traqueias doloridas
Desconheces a bondade de quem te vê
Ah! Vírus maldito que estraçalha corpos
De tão perenes seres indefensáveis no ter
Ofegante em um leito partilhado balbucias
Dizendo; não quero, não gosto, não sinto
Vontade não tenho e a insistência é vazia
Aparenta dormir, mas continua a falar
Pois deliras meu nome querendo chamar
Ah! Agonia de desesperança infinita
Noites orquestrada por eternos gemidos
Vejo as sequelas em um corpo afinado
E os lábios porosos em úlceras feridas
Quão dolorido coração, exclama a mãe
Ah filha! se eu pudesse sofrer por ti
E tirá-la intacta desse eterno sofrer
Saberias sem duvida minha alma flor
Em um canto te rogo a nosso Senhor
Não sofras, não vá espere por mim,
O oxigênio não chega, meu Deus o que há
O que fizeram? Ou não fizeram? Acabou!
Onde estão suas verdades espalhadas
Que não chegam para essas vidas coitadas
Que agonizam nesses corredores, só dores
Da filha, da mãe, dos internos e doutores
E sem o oxigênio que é vida, restam louvores
Para agonia da filhinha e da mãezinha
Que também morre, desprezada em um canto
Só o bilhete molhado em pranto na cama
Com as últimas palavra, nos ouvidos sussurradas
Filhinha! papai e mamãe te ama!!
Edye