Mãe
Desde que você se foi
os domingos se tornaram mais solitários
e as festas perderam a animação.
Meu caos agora é maior
e minhas dúvidas são traiçoeiras.
Perco meu tempo, às vezes,
pensando no futuro.
Devia viver mais o hoje,
Mas não consigo evitar.
Minha cabeça nunca está no lugar,
Me perco em devaneios.
Um dia, isso passará,
Eu creio.
Mas o que quero dizer é que,
As manhãs não são tão bonitas sem você aqui,
O sol não brilha mais tão forte sem você comigo.
Tudo mudou e minha cabeça está sempre em barulho.
Que confusão existe dentro de mim.
Não ouço mais o chiado da televisão de madrugada,
Bem como sua risada ao telefone.
E evito escutar aquela música que você tanto gostava de cantar.
Penso tanto no futuro.
Me prendo às minhas expectativas
Que talvez jamais sejam supridas.
Mas ficar com o pensamento nas nuvens me acalma,
Me faz respirar um pouco mais lento.
Ainda tento me acostumar com o terremoto que se deu em minha vida.
A tempestade ainda ocorre.
Os dias parecem mais cinzas
E a solidão mais profunda.
Aguardarei até o último dia de meu sofrimento com grande expectativa,
Estarei a sua espera para esse grande dia.
Os domingos voltarão a ter sentido
E serão muito mais bonitos.
Vamos conversar por horas
E nos abraçar sem pressa.
Ouvirei de novo sua voz
E cantaremos mil canções.
Conectaremos de novo
Nossos corações.
No entanto, o que sinto agora é:
A vida não tem mais graça
E o céu já não é mais tão bonito.
Os dias são mais frios e
E eu não quero mais nada.
Apenas tento não morrer ou enlouquecer
Enquanto aguardo sua chegada.