AS LENTES DA DEPRESSÃO
A morte tornou-se o ponto de partida.
Vivo-a mais do que a própria vida.
Virou o balizador da existência,
Pois tudo o que projeto ou penso, tenta passar pelos filtros de sua presença.
O amanhã é hoje; e o hoje deixa de ser por querer que o amanhã logo exista.
O eco da morte sempre presente e encerrando
Todo o tipo de expectativa.
Sonhos obnubilados.
Anseios previamente frustrados.
Não há razão para intentar.
A vida inteira vivida em um dia;
Noites em claro ao som de elegias;
É o sol da esperança sepulto no mar.