A única certeza

A mesa está posta

Grande bosta

Já cansei de esperar

Pelos convidados

Estão todos atrasados

Ou ocupados...

Desinteressados.

A alegria procurou alguém com mais folia

A aventura, alguém com menos cultura

Inteligência, hoje em dia, é um pé no saco...

Tesão é gente burra

O amor, alguém com menos problemas...

Paixão e aporrinhação não combinam, não.

E a dor? Essa fincou âncoras e foi a única que ficou.

Ficou como quem gosta...

Fratura exposta

Ficou para as festas de fim de ano, para o Carnaval, para todo o resto

Para todos os meus restos...

Sempre comigo, pra que eu não me sinta mal

(Não me enganas, boa samaritana...)

Me acompanhando sempre, sempre, sempre.

Até que eu não mais aguente

De tanto sofrer e me arrebente...

Porra!

Mas qual é a do título desse poema, afinal?

Hum...

Não parece óbvio?

A dor é a única certeza

Está posta a mesa

Assim como a Morte está posta

No grande final...

Sergio Vinicius Ricciardi
Enviado por Sergio Vinicius Ricciardi em 05/01/2021
Código do texto: T7152308
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