SOLIDÃO
Este seu falar nem tão manso,
Nem tão alto, que em silêncio me diz
O que sua voz se recusa a dizer,
Fala-me da solidão
Que nos aguarda...
Como se já se instalara;
E na morte do seu abandono
Também eu morro,
Na expectativa de encontrar vida
Onde sei que não mais existe
Nem viver, nem o amor de antes.
Cada silêncio seu
Envenena-me a alma,
E o que jamais ouvi dito em palavras
Ouço hoje de seu olhar distante
Indo muito além do que se pode ver,
Fazendo-me ver que já não há em você
O que ainda sobra em mim,
Mesmo diante do teu abandono.
03/2007.