Poema de Frankenstein
Estranho poema sem simetria,
Feito de retalhos, cerzidos com uma linha,
Capaz de amalgamar as coisas mais antagônicas:
Infâncias perdidas...
Horas alegres...
Lágrimas contidas,
Traídas,
Dores sem conta...
Amores secretos, impossíveis,
Desejos obscuros, inconfessáveis...
Ódio, vontade de explodir o mundo!
Ou de cantar uma canção, tão bela,
Que trouxesse paz a todas as criaturas...
Os mistérios, as descobertas, as dúvidas,
Sempre persistentes
Os porquês sem resposta...
A busca de sentido para a vida
(Certezas que se dissipam...)
Um futuro que angustia,
Paixões que enlevam e derrubam
Quem ainda é tolo o suficiente
Para entregar-se de corpo e alma,
A esses sentimentos tão fora de moda...
O tempo que ainda nos falta
E a Morte
(Que espreita sorrateira)
Sedenta de todos os nossos sonhos...
O sono da manhã, o cansaço da noite,
Os hipotéticos dias vindouros?
Todas as nossas glórias e tormentos,
Tudo isso, animado de uma centelha de loucura,
Dão forma e movimento ao poema, que,
Contraditório
Abre os olhos à diversidade do Universo
Sem saber quem é ou porque é...
Confuso, aflito, ignorante das verdades
E das pretensões
Que fazem dos homens deuses e demônios...
Poema escrito em 1995, aos 22 anos, um dos primeiros de muitos. Vários de meus temas reflexivos já estavam presentes aqui...