Poema de Frankenstein

Estranho poema sem simetria,

Feito de retalhos, cerzidos com uma linha,

Capaz de amalgamar as coisas mais antagônicas:

Infâncias perdidas...

Horas alegres...

Lágrimas contidas,

Traídas,

Dores sem conta...

Amores secretos, impossíveis,

Desejos obscuros, inconfessáveis...

Ódio, vontade de explodir o mundo!

Ou de cantar uma canção, tão bela,

Que trouxesse paz a todas as criaturas...

Os mistérios, as descobertas, as dúvidas,

Sempre persistentes

Os porquês sem resposta...

A busca de sentido para a vida

(Certezas que se dissipam...)

Um futuro que angustia,

Paixões que enlevam e derrubam

Quem ainda é tolo o suficiente

Para entregar-se de corpo e alma,

A esses sentimentos tão fora de moda...

O tempo que ainda nos falta

E a Morte

(Que espreita sorrateira)

Sedenta de todos os nossos sonhos...

O sono da manhã, o cansaço da noite,

Os hipotéticos dias vindouros?

Todas as nossas glórias e tormentos,

Tudo isso, animado de uma centelha de loucura,

Dão forma e movimento ao poema, que,

Contraditório

Abre os olhos à diversidade do Universo

Sem saber quem é ou porque é...

Confuso, aflito, ignorante das verdades

E das pretensões

Que fazem dos homens deuses e demônios...

Poema escrito em 1995, aos 22 anos, um dos primeiros de muitos. Vários de meus temas reflexivos já estavam presentes aqui...

Sergio Vinicius Ricciardi
Enviado por Sergio Vinicius Ricciardi em 23/12/2020
Código do texto: T7142111
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