Desfeita a certeza
Atrelo os sonhos numa realidade dissoluta,
para não perder-me na verdade das ilusões.
Assim, mantenho minha vida sem convicções,
convivendo com a única certeza absoluta...
Eis a luta? Ou apenas o prosseguir?
Devo ficar ou esperar você partir?
Carruagens de lindos sonhos partem,
quando sou eu quem fica a olhar...
a querer... a sonhar...
Mas o que busco me deixa.
Não, isso não é queixa!
Me faço valer do que vivi,
do que esperei e do que senti.
Nada mais pode me consolar...
Desarrumo minhas bagagens abertas ao vento.
O que ficar é o que substancia meu pensamento.
As mentiras são paliativas, mas não aliviam.
Das lágrimas dessa tristeza outras bocas sorriam...
E o que permanece? Se esquece?
A certeza absoluta se desfaz,
num sonho feito de nunca mais...
26/02/2007