A Peste (De cara com o coronavírus)

Não dêem as mãos

Nem um abraço

Os tempos são outros

Dos outros, distância

Que a peste se aproxima.

Ela roubou aquele último sorriso

Que tu largavas, assim, desavisado...

Agora só há avisos:

Lave as mãos até ficarem em carne viva...

Beba o máximo que puderes,

Pois o álcool gel está em falta...

E aqui estou, restrito, no meu abandono

Em um pequeno e paupérrimo quarto, cercado pelos meus tão queridos livros

Únicas companhias que se impõem, ante a pobreza e o medo

O medo da peste

E sua sórdida verdade, inconteste:

É somente uma questão de sorte,

Num desprevenido momento

Dar de cara com a Morte.

Sergio Vinicius Ricciardi
Enviado por Sergio Vinicius Ricciardi em 19/12/2020
Código do texto: T7139096
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