A Peste (De cara com o coronavírus)
Não dêem as mãos
Nem um abraço
Os tempos são outros
Dos outros, distância
Que a peste se aproxima.
Ela roubou aquele último sorriso
Que tu largavas, assim, desavisado...
Agora só há avisos:
Lave as mãos até ficarem em carne viva...
Beba o máximo que puderes,
Pois o álcool gel está em falta...
E aqui estou, restrito, no meu abandono
Em um pequeno e paupérrimo quarto, cercado pelos meus tão queridos livros
Únicas companhias que se impõem, ante a pobreza e o medo
O medo da peste
E sua sórdida verdade, inconteste:
É somente uma questão de sorte,
Num desprevenido momento
Dar de cara com a Morte.