O que esperar?

Segunda onda,

Vem mais morte,

O que fazer?

Nada, deboche.

Mostre as roupas,

Figurinos,

Ninguém morre,

Em trajes finos.

A lágrima que corre,

Moinho não move,

Maricas!

Sua fuga foi a morte,

Pegou no ônibus,

Fosse a pé,

Não é esportista,

Morre.

Hospitais lotados,

É invasão comunista,

Querem derrubar o governo,

Corte aí bolsa família.

Tire do SUS tratamento,

Para doentes mentais,

Pois o perigo me acompanha,

Carregamos genes de irracionais.

A morte me cerca,

Em cada esquina,

Transporte lotado,

Não temos vacinas,

Estamos na mão,

Do mito chacina.

Nós usamos trapos,

Não fardas nem batinas,

Estilista é a mãe,

Ou produto da China,

Nosso alfaiate,

Preço determina,

E o terno é usado,

Em respeito às vítimas,

Não teve velório,

Porém missa de sétimo dia.

Meu pranto é de dor,

Meu medo, a mentira,

Que vive plantando,

Em mentes vazias,

Tristeza na alma,

Enquanto esbanja alegria,

O SUS tá lotado,

E no Einstein,

Tua cama vazia.

Não busco golpe,

E sim sabotagem,

Tuas fantasias,

Desejo que rasguem,

E que detratores,

Cresçam em milhares,

E que nosso povo,

Receba um milagre,

E que a democracia,

Resgate pilares,

E a constituição,

Seja nossa base,

Não teocracia,

Sem especialidade.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 08/12/2020
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