O que esperar?
Segunda onda,
Vem mais morte,
O que fazer?
Nada, deboche.
Mostre as roupas,
Figurinos,
Ninguém morre,
Em trajes finos.
A lágrima que corre,
Moinho não move,
Maricas!
Sua fuga foi a morte,
Pegou no ônibus,
Fosse a pé,
Não é esportista,
Morre.
Hospitais lotados,
É invasão comunista,
Querem derrubar o governo,
Corte aí bolsa família.
Tire do SUS tratamento,
Para doentes mentais,
Pois o perigo me acompanha,
Carregamos genes de irracionais.
…
A morte me cerca,
Em cada esquina,
Transporte lotado,
Não temos vacinas,
Estamos na mão,
Do mito chacina.
Nós usamos trapos,
Não fardas nem batinas,
Estilista é a mãe,
Ou produto da China,
Nosso alfaiate,
Preço determina,
E o terno é usado,
Em respeito às vítimas,
Não teve velório,
Porém missa de sétimo dia.
Meu pranto é de dor,
Meu medo, a mentira,
Que vive plantando,
Em mentes vazias,
Tristeza na alma,
Enquanto esbanja alegria,
O SUS tá lotado,
E no Einstein,
Tua cama vazia.
Não busco golpe,
E sim sabotagem,
Tuas fantasias,
Desejo que rasguem,
E que detratores,
Cresçam em milhares,
E que nosso povo,
Receba um milagre,
E que a democracia,
Resgate pilares,
E a constituição,
Seja nossa base,
Não teocracia,
Sem especialidade.