INFELICIDADE



Tem gente que tenta te pisar,
E a cada tentativa,
Deixa bem clara a sua
Infeliz
Cidade.

As sobrancelhas erguidas,
Arqueadas em descaso,
Deixam entrever a amargura
De um coração raso
Que só bate
Por interesse próprio.

Na solidão do próprio opróbrio
Em sua cidade pobre
E (des) encantada,
Essa gente amargurada
Desfia um rosário
Interminável
De impropérios
Contra todo aquele
Que só cuida da sua vida,
E que se recusa
A rezar pela sua bíblia.

Talvez a pequenez
Das suas pupilas
Vejam as pessoas sempre menores,
Sempre pequenas,
Fazendo com que elas sejam dadas
À cenas e tentativas
De humilhação,
E nessas passadas longas e descompassadas,
Essas gentes atrasadas
Acabam pisando
No próprio coração.

Pobre gente infeliz,
Que só enxerga, nas cores,
Uma única matiz,
Que só se sente mais forte
Tentando pisotear,
E que alegremente, dançam
Com suas pernas curtas
Sem nunca poder derrubar
Aquilo que jamais alcançam!



 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 07/12/2020
Código do texto: T7129686
Classificação de conteúdo: seguro