Dualidade

Tenho vontade de fugir,

Mas como fugir de mim?

Dualidade constante atormenta a alma,

Ser a essência, sem segurança?

Ou suprir a vontade da sociedade?

Um ser de manobra.

Vezes o pranto vem sem eu desejar,

Não quero ter dó de mim,

Nem tão pouco fraquejar.

Mas a infelicidade constante que carrego,

Tirou todo meu brilho,

Sou o opaco,

De um sub ego.

Se me entrego a um,

Logo o outro eu reaparece para sua presença cobrar.

Equilíbrio não há.

Se as experiências que tive fossem esquecidas?

O que aprendi, pudesse apagar?

Se tivesse remédio para alma ferida,

E esse rio de amargura pudesse estancar.

Se perdesse a visão de tudo que vi,

E as palavras ouvidas morressem no ar,

Todas as sensações fugissem de mim,

E minhas lembranças não mais me encontrar.

Será que assim eu seria feliz?

Me julgo ingrato por tudo que tenho,

Mas não me preenche,

Não sei o que há.

Vezes me questiono se isso é certo,

Mas é o que sinto,

Não consigo mudar.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 03/12/2020
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