Dualidade
Tenho vontade de fugir,
Mas como fugir de mim?
Dualidade constante atormenta a alma,
Ser a essência, sem segurança?
Ou suprir a vontade da sociedade?
Um ser de manobra.
Vezes o pranto vem sem eu desejar,
Não quero ter dó de mim,
Nem tão pouco fraquejar.
Mas a infelicidade constante que carrego,
Tirou todo meu brilho,
Sou o opaco,
De um sub ego.
Se me entrego a um,
Logo o outro eu reaparece para sua presença cobrar.
Equilíbrio não há.
Se as experiências que tive fossem esquecidas?
O que aprendi, pudesse apagar?
Se tivesse remédio para alma ferida,
E esse rio de amargura pudesse estancar.
Se perdesse a visão de tudo que vi,
E as palavras ouvidas morressem no ar,
Todas as sensações fugissem de mim,
E minhas lembranças não mais me encontrar.
Será que assim eu seria feliz?
Me julgo ingrato por tudo que tenho,
Mas não me preenche,
Não sei o que há.
Vezes me questiono se isso é certo,
Mas é o que sinto,
Não consigo mudar.