Ansiedade
Minhas mãos, gélidas, formigam.
Sinto um nó na garganta; um bolo
de palavras não ditas que me corroem
de dentro pra fora e de fora pra dentro
O rosto pálido e as olheiras, fundas, revelam as
noites mal dormidas. O batimento cardíaco
acelerado, os pensamentos descontrolados
e a fadiga, a inquietação. O desespero. O pânico
Temendo o amanhã, com receio de respostas e
demoras. De não fazer, de não entregar, mas
o quê? Já nem sei mais! Perdida, mas temendo.
A cada instante. A cada batida do relógio.
É ela, a ansiedade! Ela chegou. Veio sem
permissão e sem rodeios. Sem um "toc, toc"
sequer. Veio para ficar. Atormentar. E esmagar
meus órgãos até que se tornem pó.