ANGÚSTIA
Angústia bem presente,
Corrompe o ventre,
Da esperança,
Faz aliança,
Com a realidade,
Deixa o olhar reticente...
Ausente
De liberdade.
Angústia que me traga,
Me faz sentir náufraga,
No mar de impossibilidades,
Me domina,
Monitora a minha sina.
Tento buscar a menina,
Há tempos escondida,
Em um longínquo compartimento,
Sonhadora, inocente,
Que desconhece esse sentimento.
Tentativa esmaecida,
Aquela menina continua distante,
Da mulher errante,
Do meu dissonante comportamento.
E não há o que fazer,
A não ser pertencer,
A esse tom cinzento.
Lentamente me diluo...
Angústia é tudo que possuo.
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HLuna
VIDA, VIDA!
Nessa angústia itinerante,
que vai, que vem, inconstante,
já não sei o que fazer.
Não quero me arrepender
e falar o que não devo,
só por isso não me atrevo,
a dizer tudo o que sinto.
Me calo, então, sem senão,
porque nunca, nunca minto,
prefiro passar por louca,
mas não abro a minha boca:
sigo sempre o meu instinto.
Da menina que eu era,
não restou, sequer, quimera,
desapareceu, simplesmente.
Vida, vida incoerente,
que não dá, apenas toma,
e a isso, eu sei, se soma,
eu estar tão dividida.
Preciso achar a saída
deste labirinto indistinto.
Se você souber me diz,
se meu mal é de raiz,
porque tudo o que preciso,
é recuperar meu sorriso.