Canto de Regresso (Paródia Canção do Exílio, de Gonçalves Dias)

O sabiá agora volta

Ao seu antigo galho.

Já lá, uma gélida voz solta.

Junto ao cair do orvalho,

Como garoa...

Ao sentar em seu velho

Amigo, se abotoa.

Tanto tempo fazia,

Que uma leve brisa

Vinha e trazia...

A profecia...

Que dizia sobre uma redenção.

Em meio a esta

Finda emoção.

Finalmente o sabiá estava ali

Porque o sabiá, sabia

Que quem tomou ali,

Não estava mais ali,

nem aqui, nem acolá...

De sua palmeira

Não via

A rezar a freira,

Na madrugada fria.

No horário

Em que nada se via.

Simplesmente ordinário...

O horário em que nada se sentia.

Via,

Que ninguém mais saia.

O sabiá, não sabia

O porquê, mas sabia,

Que o sabiá poderia voltar.

Podia ir e vir,

Sem medo, de se acuar.

O sabiá que sabia assobiar,

Voltou a o fazer.

Voltou a cantar

Ao vento do alvorecer.

Mesmo o sabiá não sabendo,

Havia muito a se perder...

Havia muitos caindo...

Não tendo jeito de se reerguer.

Porque caiu, caiu

Ou até mesmo

Se fundiu.

Se fundiu a esmo

Ao seio da terra.

A querida terra brasileira.

A fim de adubar a terra

Para assim o sabiá,

Que está aqui, lá, cá e acolá.

Se alimentar na Serra.

Enriquecendo sua palmeira,

Perto ao mar.

Onde pode voltar o sabiá, aquele perneta,

A pensar no jantar

Pertinho de seu lar.

Mas que bichinho lambeta!!!