Anoitecer
Como que coisa infinda morrer
Esta inocente carne de verão_
O grande enterro por acontecer
É do povir do ser no entardecer!
Ah coisa tão sentida e insofismável!
Quem por mim imaginar todo o não ter
Subsistir é essa existência abominável
Deste ser conhecendo a desconhecer.
Aflito, eu grito: inteiro existo
Nesta face cálida por amanhecer.
Da coisa humana, vivo, desisto
É ser, sem ter que acontecer.
Pálido reflito a morte imensa,
A lua entristece e é anoitecer.