Anoitecer

Como que coisa infinda morrer

Esta inocente carne de verão_

O grande enterro por acontecer

É do povir do ser no entardecer!

Ah coisa tão sentida e insofismável!

Quem por mim imaginar todo o não ter

Subsistir é essa existência abominável

Deste ser conhecendo a desconhecer.

Aflito, eu grito: inteiro existo

Nesta face cálida por amanhecer.

Da coisa humana, vivo, desisto

É ser, sem ter que acontecer.

Pálido reflito a morte imensa,

A lua entristece e é anoitecer.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 24/11/2020
Reeditado em 24/11/2020
Código do texto: T7119705
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