Fui poeira
Hoje me larguei ao vento,
Fui poeira,
Esvaziei a mente destes malditos pensamentos.
Soprei para fora os tormentos,
Limpei cada canto,
Não como prazer,
Mas firmamento.
Dia ébrio, de passos lentos,
Me entreguei ao nada,
Sem visitas, sem lamentos.
Onde se escondeu a alegria?
As lembranças de bons momentos?
Se mente e corpo não estão sãos,
Rogo a alma salvação,
Onde se escondem as trancas,
Que me detém nesta prisão?
Grilhões e grades não os vejo,
O que me aprisiona então?
Jogo contra a humanidade?
Duvido da fé e devoção,
Por que a mim não me toca?
E de esperança inunda meu coração?
É má sorte ou presságio?
Tudo acontece,
Nada é em vão.
Mas a dúvida me invade,
O que queres me dizer?
Só consigo interpretar quando palavras
São escritas a mão.
Seja direto, aponte meus erros,
Me dê um norte, uma direção.