lágrimas d'alma
pena não sermos mais a mesma canção
como fomos naqueles dias de inverno.
alcançamos o céu, ou o paraíso,
durante tardes quase eternas
e brincamos com a vida
feito príncipe numa redoma de vidro;
não é preciso crer nos poetas
para perceber o sentido do sorriso.
agora, com o olhar molhado,
sobram algumas lágrimas de um tempo completo
ou talvez,
sobra mesmo uma completude d'alma
que só era possível contigo.
acabou.
de tanto cultivar,
nosso terreno umideceu demais
e de charco virou pântano
onde deixamos afundar nossos planos.
com um sorriso frágil
percebo que ali tudo se desfez.