O ÔNIBUS DA SOLIDÃO

Em cada olhar, fica gravado uma imagem,
que mistura a tristeza, dessa longa viagem,
mais uma que levarei, do rio e do matagal.
O verde que passa,
minha visão embassa,
fincam em minha alma, como se fosse um punhal.

Nesse ônibus e só o começo de uma aventura,
onde desfilam pela janela, as imagens da amargura,
entre o verde e o azul, não sei quem quer me matar,
Queria a velocidade da luz,
fugir do que não me traduz
e nunca me diz, o que na vida vou procurar.

Montanhas e matas, que para traz vão ficando,
não sei por que meus olhos continuam olhando,
ficam no passado, só na memória não vão morrer,
A poeira encardida,
que invade minha vida,
escurece tudo, parece tentando me enlouquecer.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 18/11/2020
Reeditado em 18/11/2020
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